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Archive for janeiro \20\-03:00 2010

Kindle e os leitores digitais

Capazes de armazenar até 3500 livros e pesando pouco menos que 290 gramas, os leitores eletrônicos, como o Kindle Internacional, da Amazon, tem sido assunto quase que obrigatório nos principais canais especializados: blogs, revistas, jornais, todos estão falando do que parece ser a nova tendência no mercado de eletrônicos.

Há quem duvide que os e-readers consigam de fato ganhar o público, mas uma análise do Citigroup mostra exatamente o contrário. O estudo aponta que a Amazon irá gerar entre $400 e $700 milhões de receita com o Kindle até 2010, algo entre 1% e 3% da receita total da empresa. Um resultado incrível para uma versão que ainda tem muito o que melhorar. Faltam cores, reprodução de vídeos, maior interatividade, compatibilidade com outros formatos de texto, entre outras características tidas como básicas para grande parte do público alvo.

Bem, se me perguntarem o que acho, diria que acredito e colocaria meu dinheiro neste negócio. Por mais que falem que o Kindle foi lançado prematuramente, creio que já era hora de “criar esta necessidade” no mercado e mostrar para outras empresas o potencial dos livros virtuais. Não é a toa que o último evento do CES (Consumer Eletronics Show) – maior feira de eletrônicos do mundo que ocorreu entre os dias 7 e 10 de Janeiro – teve como principal atração dos fabricantes, suas versões “melhoradas” do e-reader da Amazon. Sony, Samsung, Fujitsu, todos apresentaram protótipos que comprovam a nova tendência e o mais importante para nós, consumidores, é que a tecnologia vai evoluir, as opções vão aumentar e o custo de aquisição irá cair.

Há notícias de que a própria Apple, famosa por seus produtos arrematadores, estaria desenvolvendo um e-reader com tecnologia multi-touch. Por este motivo, muitos têm criticado a Amazon pelo lançamento prematuro do Kindle. Minha opinião é um pouco diferente, não acredito que a Amazon entraria em conflito com as grandes empresas de hardware, uma briga que eles dificilmente ganhariam e que não agregaria valor a seu negócio de livros e conteúdo multimídia. A estratégia, na minha visão, vai além do próprio Kindle, consiste em elevar a venda dos e-books, estes sim muito lucrativos: não se gasta com impressão, estocagem, distribuição e de quebra, não derruba árvores, ponto positivo para a marca. Por este motivo, não creio que a Amazon iria desviar seu foco para fabricação de eletrônicos. Por outro lado, prover um “meio” para vender seus serviços e mostrar o quão inexplorado e lucrativo este mercado é, seria uma estratégia interessante, mesmo que para isso ela precisasse criar seu próprio equipamento. Desta forma, os hypes de leitores “concorrentes” não devem ser vistos como uma ameaça e sim como algo positivo. Empresas com expertise em hardware como a Apple, devem ser vistas como potenciais parceiras. Com elas a Amazon conseguiria aumentar e muito a penetração dos e-books e todos sairiam ganhando.

UPDATE 25.01.10:

O portal Ars Technica publicou sexta passada um post que possui uma linha de pensamento bem parecida com a minha.  Algumas evidências comprovam que a Amazon já está organizando parcerias com outras empresas e seus dispositivos.

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